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domingo, 1 de abril de 2018

Que aflição, que dor, que angústia de alma!


Depois de 12 anos estive bem perto de estar com você...Te encontrei e te desencontrei em menos de 40 minutos.
Meu filho, finalmente foi abordado na rua e encaminhado a um delegado que tem consciência do seu papel diante de pessoas em situação de rua, desprovidas de direitos, de assistência, de abrigo, de alimentação, de proteção.
Diante do fato, o Agente Rafael Flamia, da Delegacia de Policia Civil de Curitibano/SC, fez a coisa certa. Buscou identificar quem era aquela pobre criatura indefesa e confusa e procurou a família.
Que emoção, quando ele se identificou e me perguntou: D. Helena essa é a voz do seu filho? Não tive dúvidas, era meu filho falando. Foram quase 13 anos de espera, de busca, até finalmente ouvir que ele estava em Curitibano. Faminto, foi preso quando estava em frente a um Restaurante aguardando a compaixão e a misericórdia dos frequentadores, que lhe dessem um prato de comida. Pelo que me disseram, ele se descompensou com a chegada da polícia.
Confuso, sem direitos, sem conexão com a realidade ele foi conduzido à delegacia.
Bendita condução que o conectou a mim, sua mãe.
Por alguns minutos conversei com o Agente Rafael que me permitisse chegar de Brasília a Curitibano para cuidar do meu filho, ele tentou, disse que o encaminharia a uma casa de Assistência.
Essa conversa durou de 15h44min até às 16h21min. Exatamente 37 minutos, até finalmente, uma ligação da  promotoria da Vara da Família, que, sem qualquer sensibilidade humana, aplicou a lei. Ele não havia cometido nenhum crime, portanto não podia ser preso.
Não era de prisão que estávamos tratando, eu e o Agente Rafael, era de acolhimento, num lugar específico em que meu filho pudesse ser tratado como cidadão, ter o mínimo de direitos, alimentação, banho, uma roupa adequada e um lugar para dormir.
A medida daquela Promotoria, devolveu o meu filho para as ruas, dessa vez, ainda mais desamparado e desequilibrado, posto que, agora ele continuava com fome, com roupas rasgadas e impróprias para o clima do lugar, sem documentos e além de tudo irritado.
Quando eu ouvi o veredito que o Agente Rafael me informou, eu quase morri....implorei que me permitissem tempo para ir me encontrar com meu filho, para de alguma forma enviar um recursos para suprir alguma necessidade básica dele...O veredito, mais uma vez foi: A Promotoria da família, o liberou para as ruas, não nos permitiu encaminhar ao Serviço Social, não posso fazer nada.
E assim, a possibilidade mais real que tive em quase 13 anos, de encontrar o meu filho esquizofrenico e cuidar dele, pois ele precisa de cuidados médicos e de acolhimento familiar, me foi negado.
Angusia, dor e desespero, foi o que me restou.
Uma mãe, em busca desesperada pelo filho!

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