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domingo, 8 de abril de 2018

Vencendo a burocracia e a insensibilidade!


Enquanto estou aqui, tentando vencer a burocracia para te encontrar e conseguir te ajudar, você pode estar, mais uma vez,  à porta de algum restaurante buscando a misericórdia de pessoas de bem que se disponham a te dar algum alimento, sujeito mais uma vez, a  ser denunciado e conduzido à  delegacia, sabe se lá por onde, ou de onde.
Enquanto a burocracia predomina, as pessoas vulneráveis estão sem atendimento, sem respostas, sujeitas a toda sorte de sofrimento!
Enquanto a burocracia dita suas regras, a injustiça predomina, a morte achega-se à porta dos desvalidos, dos necessitados de ajuda e dos  peregrinos das ruas.
Enquanto a burocracia reina, nada acontece, ou melhor dizendo, acontece todo um efeito nefasto promotor do que há de pior na vida humana - o descaso, a precariedade, a indiferença, a invisibilidade de alguns em detrimento daqueles que arrogantemente exercitam o poder para dificultar a vida e o viver.
Enquanto a burocracia prevalece, a vida desvanece - triste constatação!
O efeito dessa realidade é devastador.
Enquanto espero as respostas burocráticas estou enterrando a esperança de ver o meu filho atendido, de finalmente o encontrar e poder ajudá-lo.
Enquanto espero uma informação que pode me guiar, a vida se esvai, as oportunidades estão sendo diluídas, porque o tempo está contra mim e contra você - meu filho.
Triste realidade expressa com maestria no poema de Aurélio Aquino, in Recanto das Letras.

"os birôs
de militar postura
escondem dentro de si
mortes e amarguras
e se fazem urgentes
ao explodir a prática
num coito desinformado
entre o homem e a máquina

o documento
tem uma face lógica
e suores subentendidos
e risos datilográficos
e em cada ângulo de si
traz sempre a serenidade
de um efêmero processo
de negação da vontade

o funcionário
posto em sua função
de cidadão consentido
inventa no dorso das letras
um pretenso objetivo
de concluir contra o próximo
qualquer viés proibido
nessa estatal caminhada
de consumir seus sentidos


o funcionário e o birô
pastam letras e matemáticas
e se se dão à razão
se suicidam na prática
pois um birô requer
como arquivo latente
a vontade do funcionário
presa num documento

e se se forma a fração
nessa proporção burocrata
o funcionário torna-se birô
de estranha matemática
pois em não sendo mobília
é um móvel estatizado
com a mesma sem razão
do erro datilográfico"
Ó Senhor dos céus e da terra, tende piedade de nós e fazei com que os seres humanos por trás dos birôs, não se transformem, eles próprios, em birôs de existência inerte!
Fazei com que tenham coração e usem de compaixão, viabilizando caminhos, apontando soluções, promovendo entradas e saídas, erradiando vida.

Uma mãe em busca de seu filho.

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